O segundo dia da VII Edição da Feira do Peixe e Agricultura Familiar de Mâncio Lima, realizado nesta quarta-feira (16), foi especial e repleto de boas histórias de pescador – desta vez, comprovadas com peixes impressionantes. O concurso do maior pescado atraiu centenas de pessoas à Praça São Sebastião, curiosas para conhecer os vencedores das categorias pesca artesanal e de cativeiro e ouvir seus relatos.
Desde as primeiras horas da manhã, a estrutura montada na praça já fervilhava com atividade. Feirantes estavam a postos, recebendo os primeiros visitantes e compradores. A movimentação intensa desde o início do evento tem sido motivo de alegria para quem se preparou para vender seus produtos. A variedade é grande: peixes de diversas espécies e tamanhos, verduras frescas, ingredientes para o tradicional mugunzá, artesanato local e produtos extrativistas estão à disposição da população manciolimense e dos visitantes.

“Todos os pescadores que usam esta atividade como fonte de renda precisam de apoio, seja ele da piscicultura ou da pesca artesanal e, na feira do peixe é o momento de trazê-los para perto e incentivar atividades com esta premiação que nós, a Prefeitura de Mâncio Lima e a Colônia de Pescadores estamos oferecendo. É gratificante ver a alegria de cada um porque sabemos das dificuldades e dos riscos de pescar à noite, em canoa pequena, pegando chuva para pegar o alimento da família e o sustento da casa. Os pescadores estão muito satisfeitos e vamos continuar valorizando esses profissionais responsáveis por trazer este alimento tão saudável e saboroso para as nossas mesas”, disse o Prefeito Zé Luiz.
A parceria entre a Prefeitura e a Colônia de Pescadores Z-6 foi fundamental para viabilizar a participação de diversos pescadores artesanais no concurso, muitos dos quais dependem dos rios da região para a renda familiar.

“Esta premiação é muito importante porque além de expor e vender o produto, os nossos pescadores ainda ganham como prêmio motores e dinheiro em espécie, o que para eles significa muito, visto que às vezes é preciso pegar barco e motor emprestado para se deslocar até os locais de pesca. Estamos felizes, pois a cada ano a procura para concorrer nesta categoria do concurso aumenta e, nós enquanto movimento social estamos aqui para apoiar e incentivar os nossos pescadores artesanais”, destacou Elton Dias, Presidente da Colônia de Pescadores Z-6 de Mâncio Lima.
Gigantes do rio e Emoção na Pesca artesanal
Na categoria de pesca artesanal, cinco impressionantes Jaús (ou Jundiá-açu), foram pescados nos rios da região e trazidos à feira, chamando a atenção da comunidade local. Um dos exemplares se destacou especialmente: um magnífico Jaú de 52 kg, capturado no Rio Japiim pelo pescador Edimilson Alves da Silva, conhecido como Del. Essa façanha garantiu a Del o primeiro lugar no concurso. Conforme relatado pelo próprio pescador, ele também conquistou o terceiro lugar, levando para casa um motor completo como prêmio principal e mais R$ 500 em dinheiro pela outra colocação.

“Quando cheguei ao local que havia armado a ponta de linha, dentro do Rio Japiim, já percebi a vara abaixada e mexendo, vi que tinha pegado algo. Quando peguei na linha ele deu uma arrancada que quase alaga a canoa. Depois de muita luta amarrei o peixe e com muito esforço e ajuda de um amigo consegui jogar na canoa. Eu sempre quis participar desse concurso e, graças a Deus e à sorte na pescaria, consegui superar os meus concorrentes e levar para casa o primeiro e terceiro lugar, é uma alegria em dobro”, relatou emocionado Edmilson Alves.

Utilizando a técnica de “ponta de linha” com isca de peixe, Del fisgou quatro belos exemplares da espécie ao longo de três dias de pescaria. O pescador compartilhou que, segundo sua experiência, a pesca do Jundiá-açu é mais produtiva durante as fases de lua cheia e lua nova. Sua pescaria vitoriosa ocorreu justamente durante a lua nova e no mês de abril, período que ele considera mais exitoso, o que pode ter contribuído para o sucesso na captura desses peixes cobiçados.
Peixes de cativeiro premiados e doados
Já na categoria peixe de cativeiro (criado em açude), quatro belos exemplares – Tambaqui, Piau, Pirapitinga e Matrinxã – foram pesados e apresentados aos presentes. O vencedor foi um Tambaqui de 7,8 quilos, cujo criador, Sansão Sena, levou para casa um troféu e o prêmio em dinheiro no valor de R$ 1.000. Em um gesto de solidariedade, os peixes desta categoria foram doados a famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), a partir de uma seleção feita pela Secretaria Municipal de Assistência Social.

Além de acompanhar o concurso, os visitantes têm aproveitado a movimentação para comprar não só peixe fresco, mas também cebola, coentro, pimenta, macaxeira e outros produtos ideais para acompanhar o pescado na mesa. A feira segue para seu terceiro e último dia nesta quinta-feira (17), prometendo mais emoção com um concurso de culinária à base de peixe, que deve gerar uma disputa acirrada entre os cozinheiros.
Ascom/Jenildo Cavalcante
Fotos: Evandro Ibernon