Apesar do mês marcar o início da estiagem, pesquisador aponta cenário atípico em 2025, com temperaturas abaixo da média e tempo instável.
Maio, tradicionalmente conhecido como o mês de transição para o período seco no Acre, deve apresentar um comportamento diferente em 2025. Segundo o pesquisador meteorológico Davi Friale, a previsão é de chuvas acima da média na maior parte do estado, inclusive na capital, Rio Branco, e em todo o vale do Rio Acre.
Com base na análise das condições atmosféricas e oceânicas feitas no dia 30 de abril, Friale aponta que o volume de chuvas deverá superar a média histórica do mês, que é de 98,7 mm em Rio Branco — quase metade da média registrada em abril (204,3 mm). Isso indica que o padrão esperado de diminuição brusca das chuvas pode não se confirmar neste ano.
Primeira friagens
Além do aumento das chuvas, o pesquisador prevê que as temperaturas devem ficar abaixo da média em função da atuação de massas de ar polar e da instabilidade provocada pelas chuvas.
A expectativa é de que a primeira friagem típica da Amazônia Ocidental ocorra antes do dia 15 de maio, com intensidade moderada.
Maio também costuma registrar eventos climáticos marcantes. Entre eles, a chegada das primeiras ondas de frio do ano, que atingem com maior intensidade o leste e o sul do estado. Nessas ocasiões, é comum a formação de nuvens carregadas, seguidas de fortes chuvas e ventanias, que duram pouco tempo e dão lugar a dias ensolarados, secos e com noites amenas.
Dados históricos indicam que a menor temperatura registrada em maio nos últimos 60 anos em Rio Branco foi de 8,2ºC. Já em Tarauacá, o menor valor chegou a 13,5ºC. Em relação às chuvas, o maior volume em 24 horas ocorreu em 1974, com 87 mm em Rio Branco, e em 2001, com 98,4 mm em Cruzeiro do Sul.
A gazeta do Acre
