É bom sempre lembrar a história, para avivar memórias e para que as novas gerações conheçam fatos importantes que ocorreram na política acreana. Eu, comento da cátedra de quem acompanhou a política no estado, na imprensa, como colunista político, os governos do ex-governador Wanderley Dantas até o atual do Gladson Cameli. Coloquem décadas nisso. E, situo entre todos, Edmundo Pinto, foto, como um dos mais populares governantes acreanos, um fenômeno político.
Com apenas 3% nas pesquisas e puxado pelo jingle mais popular das campanhas acreanas, Edmundo se elegeu governador, quebrando todas as bancas de apostas que davam o ex-deputado federal Rubem Branquinho (PFL), com 67% nas pesquisas, como o ganhador da eleição. Seu jingle era cantado pela garotada e grudou como chiclete, com uma letra simples e um refrão forte: “Política é coisa muito séria\Candidato tem que ser trabalhador\…Eu vejo, eu sinto, o nosso candidato é o Edmundo Pinto”. Conheci o Pinto, como poucos jornalistas, invariavelmente, todas as tardes, aparecia na redação do Jornal “O Rio Branco”, onde eu trabalhava com o saudoso José Chalub Leite, com vários doces mariola nas mãos, aos gritos “Venham comer e chupar as mariolas do Pinto”.
Nas inaugurações era carregado nos ombros e deu ao seu governo um tom jovial, com as caminhadas que saiam às 20 horas do Palácio Rio Branco, após seu expediente, e durante uma hora percorria as ruas da cidade. Sua campanha tinha como ponto central a “Esquina da Alegria” – alusão à dona do prédio Alegria Isper, na esquina do Palácio Rio Branco.
Um fato que pouca gente sabe: antes de embarcar para a viagem fatídica que ceifou sua vida, comunicou aos diretores da GAZETA, Sílvio Martinello e Roberto Vaz, que quando voltasse me nomearia secretário de Comunicação. Deus o levou. Mas nada vai apagar a imagem de um dos governadores mais populares do Acre, que o vídeo que publicamos abaixo, registra bem sua contagiante simpatia e como era querido pela população. Edmundo Pinto era um fenômeno, e o fenômeno não se explica.
Ac24horas