Blog do Crica
Quem se deu ao trabalho de acompanhar as sessões passadas da Câmara Municipal de Rio Branco e as desta legislatura, notou uma mudança da água para o vinho. As sessões na legislatura passada eram um marasmo, uma espécie de disputa entre os vereadores daquela época, para ver quem era mais agradável ao prefeito Tião Bocalom. Trocaram o papel de legisladores, de fiscais do povo, por cômodos cargos na prefeitura de Rio Branco e fazendo um silêncio tumular. A nova composição de vereadores da capital é a antítese da anterior. Hoje acontecem debates, cobranças à gestão municipal, denúncias na tribuna e no Ministério Público são feitas em série; em suma: acabou aquela coisa do amém e sim senhor para tudo o que vinha da PMRB. Hoje temos vereadores como Zé Lopes (Republicanos), Eber Machado (MDB), Fábio Araújo (MDB), Neném Almeida (MDB), André Kamai (PT), que cumprem o importante papel na democracia que é o de fomentar debates. E podem exercer este papel, porque não aceitaram cargos para afilhados na gestão municipal. Numa democracia tem que ter o contraditório. E isso acontece hoje na Câmara. Neste contexto, pode-se dizer que, a Câmara Municipal de Rio Branco não é mais um templo do silêncio, mas um parlamento na essência da palavra. Parlamento sem oposição pode ser tudo, menos um parlamento.